quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Teleférico

Que mania essa cidade tem de chover. Até parece provocação.

Polenta frita não tem tanta graça sem as vestes de Monalisa por perto, talvez nada tenha. Ela foi viajar e mesmo dizendo que não vinha, esperei ...

Monalisa me irritava tanto, falava muito alto e enfeitava a boca para falar. Mas, foi assim que me apaixonei por ela, às vezes chegava até babar de tanto bico que fazia.

Voltou bronzeada de um jeito que nem podia tocar, eu acho. Desde então, de tanta saudade criei uma vida para ela.

Peguei o costume de me ligar para abafar o silêncio sufocante ou só para constatar se realmente o telefone estava funcionando. Vai que, de repente, ela liga e acha que eu que não quero falar. Não ligou!

Deu-me apenas um beijo na vida - um tanto sem graça, cheio de pudor, encanto e medo. Não deixou de ser mulher, mas me deixou.

Monalisa decidiu casar. Não me feriu. A falta que eu sentia já fazia parte dos meus dias e não me importava mais se ela ia ligar.

Pensei que ela também tinha se cansado daqueles que trepam, depois chamam por outro nome. De tantos, nem os respingos de amor me restaram.

Monalisa teve sorte e eu me tornei mais um desses caras que sobram na vida ...

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