quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Quando Caetano se cala.

Assustar-me com a porta batendo e ouvir Umberto cantar, faz a solidão se tornar concreta. A paixão já azul amarga de tempos guardada, ainda arde os olhos de tanto chorar. As unhas bem pintadas descascam sem graça por esperar. E como dizer que a canção que ouço é para sentir-te batucar mais forte no coração? As pequenas mãos que seguravam as minhas, agora são impar e tateiam o outono perdidas na bolha opaca de sabão...

2 comentários:

Stephen Lucena Squair disse...

"Não se engane com a voz
O timbre não conduz ao dono.
O reflexo só é real
Do lado de cá do espelho."

Almir / Capthor

Andhré Gonnçale disse...

E EU DIGO...QUANDO VINICIUS E TOM SE CALARAM EU DISSE !

Olha, que coisa mais linda
Doze anos na cara
Cheirando cola na esquina, bebendo cachaça
e a gente que passa desvia o olhar...

Olha que expressão cansada,
Que ar decadente
que roupas rasgadas,
que lar delinquente, que a vida reserva
pra essa moça sem par...

Ah, porque somos mesquinhos,
ah... e a beleza resiste
Mas, por quanto tempo já existe...
Essa gente tão pobre e sofrida,
nos cartões postais tão escondida?

http://observatorioskarlath.arteblog.com.br/