quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Nas cuecas

Que belo natal tivemos, não. Tanta gente que eu nunca vi, nem mais banguela, abraçando, desejando-me mil coisas e eu só entendia o “p’ra todos nós”.

No busão, logo de tardezinha, ouvi dizer o garoto da rua 16 – também não poderia deixar de ouvir. Acho que até o Papa, seja lá onde ele estiver, ouviu – que estava com 90 conto no bolso. Sorte dele e azar que quem foi envergonhosamente assaltado.
Essas tecnologias um dia, mais cedo ou bem mais cedo me levam a loucura. Eram tantos celuraresmp3câmerablábláblá que o coletivo estava parecendo um baile funk com uma discotecagem da pior qualidade, se é que dá para fazer uma boa com funk brasileiro. Parecia até que a música era feita com a bunda. Fiquei com a porra do “pau-na-buceta-buceta-no-pau” por tempos cantarolando na minha mente e com toda falta de respeito, que vontade de mandar tomar no cu. Permaneci na vontade, eu gosto do meu nariz no lugar que ele está.

Estamos no verão e é quase impossível respirar ou fazer qualquer outra coisa. Pelas ruas a competição pubiana. Sempre há alguém para compartilhar o copo de cerveja e reclamar sobre todas as coisas. Já no final do dia, até parece que o dia não passou. As luzinhas piscantes e descompassadas ainda enfeitam telhados, árvores e janelas. Mas é possível perceber que o espírito natalino voltou para as geleiras, as pessoas que se esbarram já não se desculpam nem se desejam paz.

Ufa! Todos voltamos ao nosso estado de embriaguez cotidiana. Pelo menos até os fogos de artifício explodir e tampas de champagne voar ...

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